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🔥 O Fogo que Permanece: Espiritualidade em Tempos Cínicos

(um diálogo entre brasas, silêncio interior e vaidades que se consomem)

— Mas que fogo é esse que você tanto fala? Parece que vê nele um milagre, uma salvação espiritual.

— É o fogo da espiritualidade franciscana. Não o que destrói, mas o que aquece. É como uma vida simples e espiritual que arde de dentro, como oração e contemplação silenciosa. Não viraliza, não performa, mas transforma.

— E ainda acha que isso tem espaço hoje? As pessoas querem brilho, querem palco. Esse negócio de silêncio interior, de autoconhecimento espiritual... parece ultrapassado.

— E no entanto é o que mais falta. O fogo verdadeiro é o que cozinha a alma, não o que doura o ego para selfie. É ele que conduz à transformação da alma.

— Mas quem vive assim acaba ignorado. O mundo exige imagem, exige filtros, exige aceitação.

— Quem vive só de imagem se apaga por dentro. Vira fantoche. Vive em função do aplauso, esquecendo da espiritualidade cotidiana. E a fé na prática? Ninguém fala mais disso.

— Espiritualidade virou sinônimo de fanatismo pra muitos. Quem fala de fé, de buscar sentido na vida, parece estar fora de moda.

— Então sejamos fora da moda. O mundo não precisa de mais vaidade, mas de brasas que resistam ao vento. A jornada espiritual pessoal é feita no escondido, no quarto, no silêncio, no gesto sincero.

— Você acha mesmo que esse fogo ainda queima?

— Sim. Em quem se doa sem alarde. Em quem reza em silêncio. Em quem ama de verdade. Ele queima devagar, sem espetáculo.

— E por que tanta gente foge dele?

— Porque esse fogo revela. E o que ele revela, às vezes, é a pobreza interior de uma alma sufocada pela aparência. Ele mostra o vazio. Ele convida à verdade — e isso dói.

— Então esse fogo... é o da fé na essência.

— É o fogo da alma desperta. Não queima as virtudes, depura. Não queima os valores, mas aquece os que ainda buscam sentido na vida.

— E os que zombam disso?

— Deixa. O tempo sopra. Só quem sente frio por dentro sabe o valor de um fogo aceso.

— Às vezes eu sinto esse frio. Tenho medo de tentar reacender e descobrir que o fogo apagou.

— Não apagou. Só está coberto de cinzas. Sopre devagar. Ouça o que ele sussurra.

— O quê?

— Que ainda vale a pena ter fé. Mesmo quando parece tolice. Que ainda vale caminhar com verdade. Mesmo que doa. Que ainda vale se recolher, orar, contemplar. Mesmo sem curtidas.

— Que o fogo nos aqueça, e não nos consuma.

— E que ele nos lembre que espiritualidade não é luxo: é sobrevivência da alma.

🔥 Post-scriptum para os leitores inquietos: Se esse texto te incomodou, parabéns.Incomodar, às vezes, é a forma mais gentil de acordar.


✍️ Um sonhador, caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor dos eBooks: Caminho de Francisco, Entre o Céu e o Silêncio e o Segredo da Simplicidade Franciscana na Amazon Série Descubra Caminhando com Francisco  e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo.

 

 
 
 

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