A verdade por trás da máscara

A falsidade era como uma segunda pele para Joana. Ela sorria com perfeição, dizia o que os outros queriam ouvir e, sem que ninguém percebesse, escondia por trás do rosto alegre um abismo de dor e inveja silenciosa.

Todos a viam como simpática, divertida, sempre disposta a ajudar. Mas ninguém notava o quanto aquele sorriso era ensaiado, quase uma máscara moldada pelo medo de decepcionar. Por dentro, Joana se sentia exausta, cansada de representar um papel que já não sabia mais onde terminava a mentira e começava a verdade.

Muitas vezes, sozinha diante do espelho, ela se perguntava como as pessoas podiam ser tão cegas a ponto de acreditar em tudo o que ela dizia. Será que ninguém percebia o vazio nos meus olhos?, pensava. Ainda assim, era mais fácil viver naquele mundo de ilusões do que encarar o risco de ser julgada por mostrar quem realmente era.

A verdade, porém, pesava. Pesava no peito, nas palavras e até no silêncio. Havia momentos em que Joana desejava arrancar a máscara e respirar aliviada, dizer tudo o que sentia: a raiva, o medo, a tristeza. Mas o medo da rejeição a mantinha prisioneira.

Com o tempo, percebeu que quanto mais sorria, mais se afastava de si mesma. Era como se cada mentira dita para agradar os outros apagasse um pedaço de sua própria essência.

Até que um dia, cansada de fingir, ela se olhou no espelho e, pela primeira vez, enxergou seus próprios olhos de verdade, cansados, mas sinceros. Naquele instante, entendeu que ser verdadeira talvez não fosse agradar a todos, mas era o único caminho para, enfim, se libertar.

E foi assim que Joana começou, pouco a pouco, a tirar a máscara. Descobriu que a verdade pode assustar, mas também cura. Porque, no fim, o maior engano não é mentir para os outros, é esquecer de si mesma.

Alunos do 9º ano – CE Padre Anchieta – Salgado Filho – PR

Mayara Ortigara – Ricardo Salvador – Liandrelly Bach dos Santos

Orientação: Professora Clediane Aparecida Wronski