O Lobo de Gúbio Ainda Vive em Nós
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O lobo de Gúbio não era apenas um animal feroz.Era o medo coletivo.A violência não curada.O conflito que ninguém queria enfrentar.
Quando Francisco decidiu ir ao encontro do lobo, não levou armas, nem discursos, nem estratégias. Levou apenas aquilo que o mundo costuma desprezar: coragem desarmada e coração reconciliado.
O lobo, segundo a tradição, atacava porque tinha fome.E porque tinha sido ferido.
Talvez por isso essa história continue tão atual. Porque o lobo não ficou em Gúbio. Ele atravessou os séculos. Mudou de forma. E passou a habitar dentro de nós.
O lobo vive nas nossas reações desmedidas.Na agressividade contida.Na necessidade de vencer, ferir, impor.No medo que se transforma em ataque.
Vivemos tempos de muitos lobos soltos — nas relações, na política, nas famílias, nas redes sociais. Tentamos combatê-los com mais força, mais gritos, mais muros. E quase nunca funciona.
Francisco escolheu outro caminho: aproximar-se.
Ele não negou a existência do lobo.Não fingiu que estava tudo bem.Mas também não reduziu o lobo à sua violência.
Reconciliação não é negar o conflito.É atravessá-lo sem deixar que ele nos defina.
Quando Francisco chamou o lobo de irmão, não estava romantizando a violência. Estava lembrando algo essencial: até aquilo que é feroz carrega uma história, uma dor, uma fome não saciada.
A paz verdadeira começa quando paramos de expulsar nossos lobos interiores e começamos a escutá-los. Não para obedecê-los, mas para compreender o que gritam por dentro.
O Evangelho vivido por Francisco não elimina o conflito — transfigura-o.
Talvez a espiritualidade do nosso tempo precise menos de respostas prontas e mais de coragem para esse encontro interior. Porque não haverá paz no mundo enquanto fugirmos do lobo que carregamos.
A reconciliação começa dentro.E se espalha.
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