Quando nossos olhos se perdem no embaçado, é como se mergulhássemos em um mar de possibilidades invisíveis. Mas será que estamos mesmo enxergando tudo que deveríamos? Será que estamos dispostos a encarar de frente a função essencial da escola em nossa sociedade? Perrenoud nos desperta para a indiferença que nos consome, a complacência que nos aprisiona e nos impede de enfrentar os desafios do dia a dia, tanto em nossa vida escolar quanto familiar.
É como se estivéssemos fugindo desses problemas, sem coragem para confrontá-los e construir boas relações. Mas e se começássemos a enxergar de forma inteligente, desafiando-nos a ir além das conveniências? Seria possível criar um novo olhar, uma nova perspectiva que nos permita enxergar a verdadeira essência da escola e da família? Talvez seja chegada a hora de parar de aceitar o inaceitável e buscar uma visão mais clara, empoderada e consciente a fim de construir algo verdadeiramente significativo.
É fundamental que nos familiarizemos com a realidade que nos cerca. É desse encontro genuíno que brotará uma esperança verdadeira e nos proporcionará relacionamentos e trocas de experiências que nos permitirão observar os fatos e propor ações concretas.
Sinto-me profundamente endividado com o processo cultural do nosso lugar. Como político, acredito ter feito muito, porém reconheço que não o suficiente. Por essa razão, o tempo que passei na escola, após meu exílio do mundo político, permitiu-me reavaliar os desafios da retórica e da ação. Compreendi na prática o discurso vazio e interesseiro dos políticos que falam sobre educação apenas durante períodos eleitorais. De fato, a educação é o caminho para a mudança, mas precisa ser abordada com mais amor e empatia quando se trata do ambiente escolar. Não basta agir com discursos acadêmicos - é necessário agir com mais ação e desprendimento, para construir um caminho de transformação pessoal e do ambiente onde exercemos nossa profissão. Precisamos promover um diálogo contínuo entre família e escola, buscando soluções para uma aprendizagem e formação humana mais efetivas.
Acredito que uma abordagem amorosa para transformar o mundo a partir das coisas simples e concretas pode ser desafiadora e inspiradora. Inspirado pelas Ordens do Amor do renomado Psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, que defende o pertencimento, a hierarquia e o equilíbrio entre dar e receber como fundamentais. Essas "leis" são como os princípios da física, que atuam independentemente da nossa consciência ou vontade.
É como encontrar um equilíbrio entre conviver democraticamente e libertar-se das amarras. É descobrir um caminho onde não há espaço para ressentimentos, apenas uma autonomia viável, inspirada pelas pequenas vitórias que se tornam grandiosas nas mãos de profissionais apaixonados. É aproximar o conhecimento científico das pessoas, tornando-o acessível e compreensível. É complementar esse conhecimento com conquistas e experiências pessoais, com o objetivo de construir um ser humano melhor e mais feliz. Afinal, por que perder tempo sofrendo, quando podemos viver de maneira mais plena e menos crítica?
Um Sonhador caminhando com Francisco
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