Embora compartilhem semelhanças em significado, existem nuances sutis, mas profundas, que os diferenciam. Ambas se baseiam em caminhos percorridos, seja pela busca intelectual nas academias ou pela sabedoria adquirida através das experiências e desafios da vida.
No entanto, é importante ressaltar que o conhecimento jamais pode ser universal, pois somos seres heterogêneos e o conhecimento se fragmenta para que possa ser melhor estudado e compreendido em benefício da humanidade.
Essa incessante busca pelo conhecimento muitas vezes aprisiona seus protagonistas, exigindo uma vida inteira de dedicação para compreender apenas uma parte do todo, muitas vezes deixando-os incapazes de aproveitar a vida em nome do reconhecimento de dominar algo inatingível.
Em um mundo cada vez mais interconectado, com uma população de 8,2 bilhões de pessoas, fazer parte dos aproximadamente 10% que produzem conhecimento é extremamente valioso, já que os outros 90% apenas consomem, quando têm acesso. Portanto, ser um especialista em alguma área é estar acima da maioria em um campo específico de conhecimento, mas não significa possuir sabedoria.
A sabedoria, por outro lado, é um campo mais aberto e menos acessível. Ela requer uma capacidade única de vivenciar experiências e, principalmente, se desprender delas para alcançar a iluminação ao longo da vida.
Ser sábio é estar em harmonia com o momento presente, ter visão para o futuro e caminhar em consonância com a evolução, sem perder a essência. Como Sêneca escreveu em seus ensinamentos sobre a sabedoria, um sábio não se deixa abater por injúrias ou raiva, pois compreende que merece aceitar as punições e, se não as merece, as ignora e segue seus próprios passos em direção às suas crenças.
Portanto, o conhecimento é acessível e flexível para cada indivíduo, mas a sabedoria é um dom peculiar e alcançado por poucos. Jesus e Buda são exemplos de seres humanos que atingiram a iluminação através do desapego, libertando-se das amarras do mundo e alcançando seu potencial máximo.
A história do homem em seu leito de morte é uma reflexão pertinente. Assim como ele, quando jovens, desejamos transformar o mundo. Na meia-idade, desejamos transformar nosso ambiente próximo, como nossa família. E, quando percebemos, estamos velhos e frustrados, sem entender que deveríamos ter nos transformado em primeiro lugar, o que automaticamente tornaria nossos desejos alcançáveis e aplicáveis em nossas próprias vidas e nas vidas ao nosso redor.
Vamos buscar o conhecimento, não apenas informações superficiais, mas também não devemos esquecer que a sabedoria reside em cada um de nós que conseguir se compreender e agir para si mesmo e para o mundo.
Um Sonhador Caminhando com Francisco
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