🌾 Quando a Memória Vira Poesia: A Saga da Família Sampaio 🌾
- caminhandocomfrancisco.com/
- 24 de ago.
- 2 min de leitura

Nos pagos de chão batido, nasceu memória altaneira,
um subdelegado gaúcho, de alma franca e campeira.
Sem soldo, sem recompensa, só coragem no coração,
zelava pela querência, guardião da tradição.
A cavalo ou num chaleirinha, cruzava estradas sem fim,
com cordas, algemas simples, mas firme no seu tirocínio enfim.
Se o destino pregava peça, e o preso fugia ligeiro,
ficava só a lembrança, no riso do povo inteiro.
Entre risotos e vinhos, na mesa de amigo e irmão,
a sanfona puxava um canto, aquecendo cada rincão.
Na casa do casal querido, peixe e prosa eram fartura,
e o calor daquela estância trazia paz e ternura.
Os filhos, qual andorinhas, bateram asas do ninho,
uns buscaram o trabalho no frigorífico, outros alçaram outro caminho.
Do goleiro dos Piriquitos às terras de além-mar,
cada qual levava consigo o orgulho do seu lar.
No CTG e na bocha, era presença constante,
com riso fácil e trote firme, seguia sempre adiante.
Do campo ao perímetro urbano, a vida fez-se mudança,
mas no fundo do coração, mantinha viva a esperança.
Já quase nos noventa, guiava o Santana com calma,
olhar cansado no tempo, mas firme de corpo e alma.
E mesmo na lida tardia, perto dos filhos ficou,
mostrando que quem semeia fé, na colheita encontra o amor.
Assim se escreve a história, da Vila e de sua gente,
com suor, luta e bravura, raiz forte e persistente.
Pois não foi obra do acaso, nem sorte que se construiu,
foi propósito e muitas mãos, que este chão engrandeceu.
Que a memória siga viva, na trova que hoje reviso,
honrando a família Sampaio, herança que eternizo.
E que o vento das coxilhas, levando a voz do cantor,
guarde pra sempre no pago, essa história de valor.

Comentários