O substantivo respeito tem sua origem no latim respectus, particípio passado de respicere, “olhar outra vez”, de re-, “de novo”, mais specere, “olhar”. Consiste na ideia de que algo que se tenha feito seja valorizado e reconhecido. No sentido de olhar outra vez, considerar ou prestar atenção ao redor; algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito.
Respeito é um elemento ensinado ao ser humano, visando que se desenvolva social e civicamente, sabendo discernir e respeitar as hierarquias, bem como ouvir opiniões e necessidades de pessoas com quem se convive num mesmo ambiente, considerando que o respeito tem base na apreciação do outro, no tratar o outro com consideração.
Ainda etimologicamente, respeito, no catalão se encontra como respectar, no espanhol evoluiu para respeto, já no italiano surge como rispettare, e no inglês, como no caso do português, é determinado pela referência do francês meio, onde é lido como respecter.
O fato é que, independente da origem etimológica ou da evolução, respeito é um componente que jamais se tornará obsoleto. É um valor fundamental em toda e qualquer relação humana. Tendo em vista que abre espaço ao diálogo, à livre manifestação, à diversidade, ao conhecimento, ao acolhimento, à escuta, à aceitação às diferenças, à compreensão... Além de sua fundamentabilidade para a vida em sociedade, também é indispensável para o bem-estar, uma boa convivência e a paz entre todos.
Para exemplificar a convivência e o respeito às diferenças do outro, abordo a fábula O porco espinho do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que possibilita refletir acerca do relacionamento entre colegas de sala de aula, respeito às diferenças, trabalho em equipe, tolerância e amor ao próximo.
“Ocorreu antigamente, durante o frio intenso, os porcos-espinhos que não morreram, precisaram fazer uma escolha: ou aceitavam os espinhos dos companheiros ou morreriam e desapareceriam da Terra.
Com sabedoria, aos poucos, os que não morreram foram voltando a se aproximar, devagarinho, com jeito e com cuidado, conservavam uma mínima distância um do outro, suficiente para conviver sem ferir, proteger sem magoar, sobreviver sem causar danos recíprocos. Assim aprenderam a amar, aprenderam a respeitar.
Dessa forma, juntos, resistiram ao gelo, e sobreviveram”.
É essencial para que qualquer relacionamento dê certo, que aprendamos a respeitar os gostos, os sentimentos e as diferenças um do outro. E ponderando que, o melhor relacionamento é aquele em que as diferenças são respeitadas, e onde as pessoas aprendem a conviver com os defeitos e admiram as qualidades do outro.
Ademais é importante salientar, que o respeito próprio também é fundamental, por meio dele conseguimos desenvolver as nossas potencialidades, cultivar relacionamentos saudáveis e levar as pessoas que nos rodeiam nos vejam e nos tratem como alguém digno de respeito.
Professora Clediane - Escritora do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
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