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Escravidão na Contemporaneidade: Reflexões sobre a Liberdade

Foto do escritor: caminhandocomfrancisco.com/ caminhandocomfrancisco.com/

Falar sobre escravidão no mundo atual pode parecer antiquado ou inadequado. Contudo, ao refletirmos sobre o tema, percebemos que existem novas e diversificadas formas de escravidão, diferentes daquelas do passado que aprisionavam e castigavam fisicamente as pessoas, impedindo-as de serem livres, de terem opiniões e de controlarem seus próprios destinos.

Hoje, a escravidão está oculta, disfarçada e distorcida. Frequentemente, ela tem raízes em questões culturais, interpretações errôneas e ideologias descabidas. Esta nova forma de escravidão é desafiadora para o nosso contexto atual, sendo alimentada e sustentada pela tecnologia, pelas redes sociais, pela busca desenfreada pelo dinheiro e pelo culto à própria imagem física. Tudo isso contribui para a perpetuação das injustiças e das desigualdades sociais.

Indubitavelmente, as redes sociais, que muitas vezes idealizam a realidade, levaram as pessoas a perderem a autenticidade, pois passaram a se comparar umas com as outras. Cada um de nós possui qualificações e potencialidades únicas, com propósitos próprios. No entanto, quando começamos a viver com base na vida dos outros e na busca pela perfeição, deixamos de nos dedicar às nossas próprias capacidades. Na internet, essas pessoas "exemplares" também são imperfeitas, apenas não mostram isso.

A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado”, que organiza a economia, a vida financeira e a aparência de felicidade. Parece que nascemos apenas para consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza e a autoexclusão. José Mujica ressalta esse ponto com clareza.

As novas formas de escravidão nos fazem desatentos aos prejuízos do uso excessivo das tecnologias, das redes sociais, e à veneração de um corpo perfeito e de uma felicidade permanente para exibir ao mundo. Nesse contexto de representação, sonhos, objetivos e interesses pessoais se ocultam, tornando-se uma realidade de ilusões e nos transformando em escravos contemporâneos.

O psiquiatra Augusto Cury nos alerta sobre as consequências de uma preocupação excessiva com a beleza, um problema cruel do mundo moderno. Portanto, é fundamental manter o equilíbrio, evitando excessos e prejuízos. Devemos ser leitores críticos de nossa realidade, evitando cair nas armadilhas das novas formas de escravidão do mundo moderno.

Precisamos lutar por ideologias que nos edifiquem e nos façam evoluir como seres humanos e profissionais. Atitudes baseadas em valores como humildade, empatia, generosidade e solidariedade são o que nos tornam grandes. Nossa luta deve ser por uma vida digna, mais plena, em que nos sintamos livres para sermos quem somos, sem nos envergonharmos de nossa condição e aparência, sem nos compararmos a ninguém.

Cury nos ensina que a beleza está nos olhos de quem vê e que devemos nos apaixonar pela nossa própria história, pois cada ser humano é único no palco da existência.


"Era um sonho dantesco... O tombadilhoQue das luzernas avermelha o brilho

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite

Horrendos a dançar..."(Castro Alves em O Navio Negreiro)


A escravidão persiste, apenas mudaram suas formas.


Professora Clediane - Escritora do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 

 

 

2 comentarios

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Invitado
26 jul 2024
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

Somos escravos de nós mesmos. Muito bom o texto, continue assim!!

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Invitado
11 jul 2024
Obtuvo 5 de 5 estrellas.

Texto excelente 👏🏻

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