Por que o amor, que edifica e une, parece caminhar em silêncio, enquanto o ódio, destrutivo e corrosivo, ecoa em alto volume? Talvez a resposta esteja na essência de ambos: o amor é discreto porque é autêntico, enquanto o ódio, ruidoso, busca apenas alimentar o ego e as divisões.
No centro da fé cristã, encontramos a certeza de que o amor é mais forte que o ódio. “O amor jamais acaba” (1 Coríntios 13:8), nos diz o apóstolo Paulo. Esta verdade, no entanto, parece distante em um mundo que valoriza o efêmero e o midiático. O ódio se espalha como penas lançadas ao vento, difícil de recolher e de mensurar o estrago. Em contrapartida, o amor opera no silêncio, transformando vidas lentamente, mas com uma profundidade que ecoa na eternidade.
O ódio nasce do egoísmo e do egocentrismo; é a escolha de priorizar o "eu" acima do "nós". Já o amor emerge da consciência desperta, que reconhece o outro como parte de si. Em Cristo, aprendemos que amar é servir, renunciar e cuidar, mesmo quando isso significa sacrificar o próprio conforto. A cruz, símbolo máximo da fé cristã, é também o testemunho de que o amor não precisa de plateia, pois sua glória está na entrega.
Ainda assim, vivemos em uma sociedade que recompensa o ódio com visibilidade e ignora a paciência e o altruísmo do amor. As redes sociais, com seu alcance global e imediatismo, amplificam os gritos de ódio, enquanto as ações silenciosas de amor permanecem ocultas. No entanto, como a semente que germina em silêncio, o amor tem o poder de transformar, mesmo que de forma invisível aos olhos humanos.
Jesus nos ensinou a amar até os inimigos, demonstrando que o amor não é uma emoção passageira, mas uma escolha ativa e intencional. Escolher amar é resistir ao ódio, mesmo quando ele parece prevalecer. É confiar que, embora o tempo seja longo, o amor sempre vencerá, pois é sustentado pela verdade e pela vida.
Portanto, a pergunta que devemos nos fazer não é apenas como derrotar o ódio, mas como cultivar o amor em um mundo que insiste em desvalorizá-lo. A resposta talvez esteja na simplicidade do Evangelho: no serviço ao próximo, no perdão diário, na escolha de construir em vez de destruir.
📖 Reflexões para o Caminho:
O que nos impede de amar mais do que odiar?
Como podemos espalhar o amor em nossas comunidades, mesmo que seja em silêncio?
Quais são as consequências de viver alimentando o ódio, e o que ganhamos ao escolher o amor?
O amor nos desafia, mas também nos eleva. Que possamos, na quietude de nossas escolhas diárias, ser testemunhas de que o amor, mesmo silencioso, é a força que transforma o mundo.
🙏 Um Sonhador, Caminhando com Francisco
👏👏👏👏🙏🙏