top of page
Foto do escritorcaminhandocomfrancisco.com/

DO EGOÍSMO À COMPAIXÃO: TRANSFORMANDO A ESSÊNCIA HUMANA


Já afirmava o sociólogo Bauman, vivemos tempos de modernidade líquida, relações sociais frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos, nada é feito para durar... Egoísmo! Ao pensar acerca dessa expressão, um filme me vem à mente. Uma vez que, grande parte dos seres humanos é egoísta em sua essência, arrogante, orgulhoso, imaturo, irresponsável... Caro leitor, você pode me questionar, como assim? Não lutamos cotidianamente para nos tornarmos melhores a cada dia que se passa?

Certo! Vou exemplificar: não somos altruístas, toda vez que não damos o nossos melhor no nosso trabalho, nas relações humanas (na família, entre amigos, colegas...); toda vez que não damos atenção a um vizinho, a um idoso, a um doente próximo; toda vez que negamos nossa amizade, um conselho, uma ajuda, uma palavra ou gesto de carinho às pessoas com quem convivemos; toda vez que não damos o nosso melhor ao educar, amar e cuidar nossos filhos, netos e pais...

No romance “O primo Basílio” de Eça de Queirós, também constatamos uma atitude de muito egoísmo da protagonista Luísa que trai seu esposo Jorge, que tanto lhe fazia feliz, com seu primo Basílio, vindo a ter conseqüências trágicas.

Ser egoísta, também é achar que já sabe de tudo o que precisa saber, se achar o dono da verdade e pensar que não é mais necessário ler, pesquisar, nem estudar; ademais, ser egoísta, também é acreditar ser autossuficiente e que já aprendeu tudo a partir de sua experiências e com as relações interpessoais. Viver reclamando e culpando os outros por seus próprios erros e  problemas também é egoísmo.

A origem da palavra egoísmo vem da expressão latina “ego” para “eu” e constituiu pela primeira vez em 1751 uma entrada na Enciclopédia Francesa do Iluminismo. O significado inicial de egoísmo qualifica o comportamento das pessoas que se citam e falam muito delas próprias, das suas virtudes, da sua vida e do que lhes acontece.

Por meio do conto “O elefante que queria tudo” de Roberto Belli, fica perceptível a reflexão sobre a importância de cultivar bons sentimentos. Posto que, as atitudes equivocadas de um elefante poderoso, egoísta e arrogante, mostram que, ele acaba aprendendo, na solidão, a reconhecer os verdadeiros valores da vida, fundamentados nos sentimentos de compreensão, fraternidade e solidariedade.

Conta um determinado mito que, Narciso era um jovem de extraordinária beleza, filho do deus do rio Cephissus e da ninfa Liriope. Ao nascer, o vidente Tirésias profetizou que Narciso teria uma vida longa, desde que nunca se reconhecesse. À medida que Narciso envelheceu, sua beleza atraiu muitos admiradores, mas ele rejeitou a todos.

Um dia, vendo sua própria imagem refletida nas águas de um rio, apaixonou-se por ela, tentou pegá-la, e assim acabou por falecer.

O egoísmo é um amor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar só para as suas opiniões, interesses e necessidades, e que despreza as necessidades alheias. Ser egoísta é pensar somente em si próprio, esquecendo-se ou desvalorizando o direito dos outros. Filosoficamente, egoísta é a pessoa que age somente de acordo com seus próprios interesses.

 

Professora Clediane - Escritora do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page