Na bíblica parábola do filho pródigo e no célebre poema de Homero "Ulisses", aventuramo-nos em jornadas inigualáveis, tirando vantagem das facilidades que este mundo nos oferece. Com frequência, deixamos para trás nossa família, amigos e valores, lançando-nos no presente sem considerar a magnitude de nossas ações.
Desvalorizamos os conselhos de nossos pais, pois nos consideramos autossuficientes, acreditando que tudo o que precisamos é um par de tênis de grife, o melhor celular, o carro novo, uma festa extravagante, cheia de excessos, álcool, drogas, prostituição...
E enquanto vagamos, proclamamos ao mundo o poder de ser jovem, ter uma saúde impecável e amigos, "muitos amigos", a maioria deles virtuais e sem qualquer compromisso com meus pensamentos ou palavras.
Nesse estado de embriaguez dos encantamentos e promessas, desperdiço minhas energias e vejo meus sonhos se esvair, enquanto meus insignificantes ganhos se dissipam, incapazes de gerar recompensas.
E assim, sigo em frente, muitas vezes abandonando os estudos, relutando em ouvir os conselhos dos mais velhos, pois eles atrapalham meus desejos. Ao despertar, assim como na célebre música de Pe Zezinho e nas palavras divinas, percebo que tinha tudo, mas perdi a paz.
Agora é hora de recomeçar ou até mesmo de começar de verdade. Envie uma mensagem para si mesmo e peça que suas atitudes e escolhas se transformem, pois ainda há tempo de buscar perdão e perdoar.
Ser jovem é se encantar e deixar-se envolver pela complexidade que a vida apresenta. Porém, o encanto pode se transformar em complicações, o entendimento é desafiador, as ofertas são abundantes, o caminho ainda é longo e o hoje impacta o amanhã.
Mas como posso saber, se meus desejos suplantam o tempo, e ainda não compreendo onde realmente quero chegar? Viajo, sim, mas sem rumo, já que o destino é incerto.
Amanhã retomarei e encontrarei o meu destino. Ah! Isso não me interessa, pois certamente algum ser divino trará luz e me colocará na direção certa, pois ser jovem é aproveitar o tempo; os danos podem ser consertados logo ali, mas o "ali" às vezes não chega, e o preço a ser pago não terá provisões.
Me alertaram, mas agora o problema é meu, intransferível. Escolhi agora sou escolhido. Plantei agora colho.
Um Sonhador Caminhando com Francisco – Escritor do Blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
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