A revolução da ternura: via para o amor e a beleza
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Diante de tantas situações limites, situações catastróficas, situações de fragilidades o Papa Francisco propôs ao mundo a “revolução da ternura”. A revolução tão almeja por Francisco tem uma sólida base humana e espiritual. Ela tem como epicentro o coração humano. Como é bom recordar as palavras de Francisco: Ternura “é o amor que se faz próximo e concreto. É um movimento que parte do coração e que chega aos olhos, aos ouvidos e mãos. A ternura é usar os olhos para ver o outro, usar os ouvidos para ouvir o outro, para escutar o grito dos pequenos, dos pobres, de quem teme o futuro; ouvir também o grito silencioso de nossa casa comum, da Terra contaminada e doente”.
Viver a existência com ternura não é um dado adquirido, mas uma escolha existencial de cada dia. Ninguém nasce com o dom inato da ternura. É uma conquista que vamos adquirindo ao longo da existência, sempre com a ajuda dos outros.
A pedagogia da ternura quer nos conduzir para uma estética espiritual do amor e da beleza para os dias atuais. Um grande desafio que requer empenho, ousadia, criatividade, sonho etc. O que caracteriza nossa humanidade, nosso ser gente é a relação afetuosa e terna. Por isso, é urgente uma educação que leve em conta a perspectiva do afeto e da ternura.
A expressão por excelência da ternura é o carinho, em que se acentua a proximidade física e o respeito ao outro. O carinho é uma das melhores formas de comunicação não verbal. O Papa Francisco chama a ternura de “ciência da carícia” e resume seu pensamento assim: “A ‘ciência da carícia’ manifesta dois pilares do amor: a proximidade e a ternura”.
Ternura é estar próximo para tocar com respeito, abraçar com afeto e consolar com compaixão. No calor de um abraço amigo é revelada a mesma ternura com que Jesus acolhia as pessoas que dele se aproximavam.
A linguagem afável e carinhosa demonstra a capacidade de o adulto não deixar morrer a criança divina que o habita no seu núcleo mais íntimo, no self, isto é, no eu interior. A ternura enche nossos olhos de amor, admiração e espanto para contemplar a beleza da vida presente em cada pessoa, na criação e nas mais ínfimas criaturas saídas das mãos do divino Criador. É mister para a pedagogia da ternura recuperar, resgatar a imagem esquecida do Deus bom, cheio de ternura, carinho e afeto.
Que Maria, a Mãe da ternura, nos ajude a concretizar a revolução da ternura no dia a dia junto daqueles com quem partilhamos a vida, o amor, a amizade.
Eder Vasconcelos
Irmão Franciscano, autor do livro “Pedagogia da ternura: via para o amor e a beleza”.



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