Ah, tempo! Para aqueles que sonham, você é tão fugaz! Mas para os que perdem seu compasso, você se arrasta. Como posso fazer essa dança entre o tempo cronológico e divino seguir um ritmo que me envolva, sem me deixar pensar que tudo é relativo, que as verdades são ilusórias, e que o mundo é um lugar puramente hedonista, marcado pela busca incessante dos prazeres mundanos?
Quando sonho, sou tido como louco; quando não sonho, sou considerado um derrotado. Como, então, posso me encontrar nessa encruzilhada que se fecha em mim mesmo? Se olho além, sou barrado; se não enxergo, me torno um alienado.
Como é difícil lidar com a passagem do tempo! Quando sigo os ponteiros do relógio, sofro com a frustração de que as coisas não acontecem no ritmo que desejo. Mas quando anseio por momentos de descanso e ócio, sou rotulado como despretensioso.
Ah, tempo, como é complicado compreender a sua natureza. Talvez eu devesse ler Cristhian Barbosa e sua tríade para aprender a administrá-lo melhor. Ou, quem sabe, simplesmente deixá-lo nas mãos de um ser superior, que controla com uma eficiência inigualável, nos concedendo sonhos alinhados às nossas necessidades no momento exato.É angustiante sofrer nas mãos do tempo. Às vezes me sinto como Marta, inquieta e exigindo mais produtividade de mim mesmo. Em outros momentos, sou como Maria, contemplativa e valorizando o que emerge genuinamente da minha alma. Nessa dança entre Marta e Maria, consigo enxergar Jesus como um meio para a serenidade e a perspicácia, fazendo-me questionar: o que realmente vale a pena?
Se minha vida é curta, não consigo aproveitar cada segundo ao máximo. Se minha vida é longa e desprovida de lucidez, acabo me tornando inútil para mim mesmo e para o mundo.
Ah, tempo, me enclausuro dentro de mim mesmo, como em uma longa dança do Danúbio Azul, girando ora para a esquerda, ora para a direita, mas permanecendo no centro dos meus ideais, especialmente aqueles que deixarão um legado e me aproximarão de ti, tempo kairós, onde espero finalmente encontrar paz e pureza, sem sofrimento, mas não sem antes corrigir os cursos aqui no tempo cronos.
Oh tempo, anseio por brindar com a taça do amor e do perdão nesta exata hora, para que continue acreditando que sua dualidade reside na plenitude de minhas ações e gestos, os quais permitem mais pessoas enxergarem além da superfície do mundo.
Assim como o diálogo entre o aviador e o Príncipe na maravilhosa obra "O Pequeno Príncipe" de Exupéry nos relembra, a verdadeira visão emana do coração, e nós nos tornamos responsáveis por aqueles que cativamos. Que assim seja, ó Tempo, guardião do amor!
Um Sonhador Caminhando com Francisco - Escritor do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
Texto de grande inspiração
Lindo texto.