Durante a minha jornada na esfera pública, constantemente enfrentei questionamentos sobre o nosso estilo de vida, os projetos que abraçamos e as metas que buscamos alcançar. E, bem, é interessante notar como muitas vezes as pessoas demonstram uma dose de desconfiança em relação à forma como a nossa família opera. Alguns se perguntavam: "Será que tudo isso é autêntico? Vocês realmente se entendem, dialogam e compartilham uma visão comum sobre o que é essencial na vida, fundamentada na fé, numa conduta ética e alicerçada em princípios? Ou será que tudo não passa de uma encenação para obter vantagens na política, uma tentativa de iludir ao mostrar algo inexistente quando observado de perto?"
São dúvidas legítimas, afinal, no mundo complexo da política, a genuinidade muitas vezes parece obscurecida por interesses pessoais e manipulações. No entanto, posso garantir a vocês que a nossa família é um exemplo vivo de integridade e convicções reais. Não encenamos uma harmonia forçada ou uma visão compartilhada apenas para impressionar ou conquistar alguma vantagem política. Nosso entendimento mútuo, diálogo sincero e base moral são pilares sólidos em nossa vida.
Vejam só, somos simplesmente um esquadrão imbatível! Até os recém-chegados se encaixam instantaneamente, pois cada indivíduo contribui com sua visão singular, sem jamais comprometer seus valores inegociáveis. Não há espaço para farsas ou fantasias em nossas conexões, pois estamos convictos de que a verdadeira força da união reside na autenticidade e na transparência.
Dessa forma, para aqueles que ainda não estão convencidos sobre a nossa família e o nosso estilo de vida público, é um convite aberto para que vocês se aproximem e observem com atenção. Tenho plena confiança de que, ao fazer isso, qualquer desconfiança inicial será dissipada e a clareza da nossa dedicação em fazer o que é certo brilhará ainda mais intensamente.
Essas indagações fazem meu pensamento voar por vários caminhos. Algumas delas já foram respondidas com atitudes ao longo do tempo, mostrando aos que se aproximaram de nós com mais abertura, outras nem merecem ser respondidas e algumas sequer precisam ser comprovadas, pois nossas ações falam por si só. Como figura pública, sempre procurei agir com ética e moralidade. É claro que não sou perfeito, cometi erros e nem todos ficaram satisfeitos comigo, mas sempre fui habilidoso em corrigi-los e trazer de volta a paz e a harmonia.
A convivência familiar sempre é um desafio intrigante, afinal, envolve a intimidade e possui sutilezas peculiares que o adágio popular tão bem expressa: "roupa suja se lava em casa". Esse é um dos aspectos que consideramos essencial. Quando surgem problemas familiares, é preciso dialogar, evitando envolver terceiros, e buscar um ponto de conciliação onde não existam vencedores nem perdedores, mas sim a restauração da harmonia.
Claro que, no futuro, ainda haverá embates, mas, nesse sentido, a voz da maturidade é fundamental. Aqueles que já vivenciaram determinadas situações estão mais aptos a mediar o diálogo, não com a intenção de impor, mas de expressar pontos de vista sem ferir feridas sensíveis. Em casos como esse, é perceptível que apenas o tempo, muitas experiências e quedas, são capazes de gerar maturidade.
Compreendo que a falta de solução seja exclusiva daqueles que se consideram autossuficientes e não estão dispostos a expandir seus conhecimentos. Infelizmente, é bastante comum encontrar indivíduos que não se dedicam à leitura e a observação, mesmo quando o fazem, estão presos às suas próprias crenças e ideologias, se recusando a confrontar suas ideias e construir um consenso. Essas pessoas tendem a consumir apenas fragmentos de informações provenientes das redes sociais, cuidadosamente elaboradas e compartilhadas em grupos com visões semelhantes, com a intenção de provocar e exaltar o emissor.
No entanto, o receptor, na maioria das vezes, jamais conhecerá a verdade que habita em seu ídolo, que em muitas oportunidades costuma ser manipulador e desavergonhado, pronto para se quebrar como um cristal com o mínimo toque.
Viver uma vida baseada no amor e na verdade, e não nas aparências, não é uma tarefa fácil. Talvez pudéssemos responder às perguntas que nos fizeram crescer e nos tornar quem somos de uma forma criativa, em um jogo de palavras que desafia a famosa frase da mulher de César, que dizia: "não basta ser, tem que parecer". Essa mentalidade está intrínseca em nós, pois somos conscientes de nossas limitações e nos ajudamos uns aos outros, buscando apenas o que é alcançável.
Quando um pai desfruta de uma sintonia harmoniosa com suas, filhas, esposa, genros, netos e até mesmo os outros membros da família e amigos, é um indicativo claro de que há respeito mútuo, confiança e uma cumplicidade enraizada, mesmo que, eventualmente, surjam discordâncias em alguns assuntos. Mesmo durante os tempos complexos do período político, minha esposa e eu nunca precisamos nos preocupar com tarefas escolares negligenciadas ou comportamentos inadequados das nossas filhas. Bastava um simples olhar para nos entendermos, compartilhando risos, lágrimas, danças e até mesmo canções. Na rotina escolar, sentimos um orgulho genuíno ao testemunhar o empenho e a preocupação delas com o bem-estar dos outros.
Uma história fascinante se desenrolou na escola onde minha filha estudava, mostrando como ações simples podem ter um impacto incrível. Certa vez, um professor decidiu discutir sobre higiene pessoal com os alunos, e minha filha observou que um coleguinha parecia sempre estar sujo. Ela sentiu empatia e quis fazer algo para ajudar. Com uma pitada de criatividade e compaixão, minha filha surpreendeu a todos ao dizer: "Não se preocupe, coleguinha. Tenho certeza que, quando meu pai se tornar prefeito, ele construirá um banheiro especialmente para a sua família". Essa declaração verdadeiramente surpreendente foi repleta de esperança e confiança em dias melhores. E não é que as palavras da minha filha se tornaram realidade? Entre os anos de 2009 e 2012, implementamos a construção de cerca de 200 módulos sanitários, garantindo a todos as condições adequadas de higiene. Essas obras alcançaram todas as famílias do município, mostrando que a compaixão e uma mente caridosa de uma criança podem gerar grandes resultados.
Essa história é um lembrete poderoso de como pequenos gestos podem desencadear grandes mudanças. É importante lembrarmos a importância da empatia e o otimismo, pois nunca se sabe quando uma simples intervenção amorosa pode se transformar em melhorias significativas para toda a comunidade. Não subestimemos o poder de nossas palavras e ações, pois elas podem moldar um futuro melhor para todos.
Em outra ocasião, uma bondosa senhorinha, fiel companheira de seu guarda-chuva, independentemente das condições climáticas, veio nos visitar. Infelizmente, não nos encontrávamos em casa, mas a senhora persistentemente mencionou sua necessidade por alimentos para sua família. Enquanto nossa funcionária escutava atentamente, minha filhinha de apenas 5 anos de idade se dirigiu à despensa e trouxe uma generosa quantidade de mantimentos para a gentil senhora. Não foi um ensinamento dado por meio de palavras, mas sim um exemplo vivo. Os olhos atentos de nossos filhos estão sempre captando nossas ações, sejam elas proativas ou negativas.
Ser um sonhador transcende a ingenuidade. É abraçar a crença de que podemos semear nossos desejos e colher realidades, mesmo que tenhamos que renunciar a algumas coisas pelo caminho. Mantemo-nos no nosso cantinho, em constante diálogo com nós mesmos, entregando nossas preces ao universo e devorando conhecimento, combatendo tudo o que nos prejudica e absorvendo tudo o que nos molda e nos impulsiona para frente. Nossa jornada é pautada no amor e na dedicação para atingir nossos sonhos.
Reconhecer o impacto que nossas escolhas têm em moldar quem somos é uma questão de extrema importância. Ao abraçarmos ideologias extremistas, nos tornamos alvos fáceis de seguidores fanáticos e inflamados, nos conduzindo por um caminho cheio de obstáculos, que acaba beirando o abismo da incoerência e, inevitavelmente, nos causará vergonha no futuro.
No entanto, ao buscarmos equilíbrio e orientação, podemos encontrar em Jesus um exemplo de humildade e simplicidade. Sua sabedoria nos orienta, instigando-nos a basear nosso percurso no amor e no perdão. Esses são os alicerces essenciais para fortalecer nossa crença - ou, até mesmo, para recuperar nossa fé em uma base sólida e confiante.
Em um mundo que tenta nos impor fardos, é bom lembrarmos dos ensinamentos dos budistas: se não pudermos ajudar, que ao menos não atrapalhemos. Cada um é responsável por suas próprias ações e, no final, não haverá transferência de maldades ou bondades. Cada um prestará contas de forma individualizada.
Aqueles cuja visão está limitada pelos extremos seguirão obstinadamente suas próprias ideias, enquanto os humildes e inocentes continuarão a ser autênticos e genuínos. Aqueles que buscam a razão persistirão em defender suas convicções. Não existe uma solução que sirva para todos, pois cada um trilha seu próprio caminho em busca do que lhe faz sentido.
Isso também se aplica às crenças religiosas, onde a igreja nem sempre é o refúgio reconfortante. Mudar de comunidade religiosa não implica em abandonar nossa salvação, mas sim em aprimorar nossas relações com pessoas diferentes que nos inspiram e edificam. Não há nada de errado nisso. Cada um tem o livre-arbítrio para fazer suas próprias escolhas. O que não podemos fazer é culpar a instituição anterior por nossos próprios erros, quando, na realidade, a culpa muitas vezes reside em nós mesmos. Portanto, é indispensável verificar a veracidade de tudo o que vemos e lemos e confrontar nossas próprias verdades.
Na resposta derradeira, permitam-me dizer que é melhor muitas vezes sermos cegos pela ignorância do que cegos por seguir líderes que não trazem benefícios à nossa existência. O perigo reside em sermos complacentes e pouco atentos, pois muitos continuam a adorar seus ídolos mesmo quando eles mostram incoerências alarmantes. Por outro lado, há aqueles que trocam de deuses como se estivessem trocando de roupa, sem perceberem que a solução está dentro de cada um de nós. É em nós mesmos que encontramos a riqueza para crescer no caminho espiritual e dar um verdadeiro significado às nossas vidas.
Minha filha, sempre tão alegre com sua mochila cheia de tesouros, costumava cantar ao voltar da escolinha: "Cuidado, cabecinha, o que pensa". E ela está certa! O verdadeiro poder está em nossa mente. Meditar, rezar, contemplar e ler são hábitos prioritários, assim como se rodear de pessoas que nos amam e nos fazem bem. Vamos deixar os tóxicos se afogarem em sua própria venenosa negatividade. Afinal, para um sonhador, as opiniões alheias já não importam; ele vive de acordo com sua vontade, livre e sem prestar contas a ninguém além de sua própria consciência, onde Deus pode estar presente.
Um Sonhador caminhando com Francisco
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