Em tempos extraordinários, nos deparamos com uma batalha incomum! Estamos imersos em uma era caótica, sombria e excessivamente influenciada pela mídia, onde a simplicidade da espiritualidade, dos valores e das tradições só ganha relevância se estiver conectada a redes que se espalham à semelhança dos usuários que as alimentam.
Tentar competir nessa realidade fabricada é um verdadeiro desperdício de energia. Contudo, sejamos perseverantes: como enfrentar esses desafios sem parecermos ingênuos ou sonhadores? No meu caso, opto por me afastar, ampliar minha capacidade de observação e documentar tudo para a posteridade. Afinal, os grandes feitos raramente são reconhecidos em seu próprio tempo. A verdade, muitas vezes, é expulsa da rotina em que está inserida, sendo ocultada nos sombrios porões da ignorância dos que se recusam a enxergar.
A principal vantagem da liberdade de escolha é que não precisamos nos preocupar com vitórias momentâneas. Podemos recuar e avançar de acordo com nossos desejos. Ao embarcar em algo, devemos sempre ter em mente nossas verdadeiras aspirações. Dessa maneira, estabelecemos critérios para aceitar apenas o que verdadeiramente almejamos.
Não necessitamos explicar o caminho que trilhamos, como diria o Gato Mestre a Alice: "Se não sabes para onde quer ir, qualquer caminho serve".
No entanto, devemos ser observadores e moldar nosso discurso de acordo com a capacidade de interpretação de quem nos ouve. Buscar popularidade por meio de desafios difíceis é quase uma utopia.
A habilidade de pensar é algo raro, especialmente quando se trata de textos reflexivos, que demandam tempo, paciência e uma mente livre de crenças e condicionamentos. Combater a avalanche de histórias, vídeos breves, memes... é uma luta quase impossível para os verdadeiros pensadores. Bauman já descrevia o nosso tempo como fluido, onde nada permanece em nossas mãos e tudo é efêmero.
Resta-nos sonhar e manter a esperança, não somente uma esperança baseada na fé, mas sim uma esperança de transformação, tal como pregada por Freire. Devemos agir e fazer algo, mesmo que seja incompreensível aos olhos da maioria. É genuinamente fascinante refletir sobre a liberdade que possuímos, mesmo quando muitos parecem não compreender o verdadeiro significado da palavra "democracia" e insistem em sabotá-la por meio de discursos vazios e hipócritas.
Para indivíduos como eu, que nutrem sonhos e adoram aprofundar suas análises por meio da leitura e observação, é essencial não nos escravizarmos nem desumanizarmos em meio a essa confusão e desinteresse pelo que realmente importa: conhecimento e democracia. Esses são os caminhos que nos permitem ser protagonistas de nosso próprio futuro, vivendo o presente em paz e dedicando amor e empatia aos outros que também desejam uma vida leve e livre da ostentação e do materialismo, valorizando a simplicidade que nos conecta ao divino. Vamos avançar, nunca sonhando solitariamente, mas envoltos na proteção de Jesus, que nos instiga a rezar e vigiar constantemente.
Um Sonhador Acompanhando Francisco.
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