
O primeiro medo que me ocorre neste momento é ver esta página em branco e ter o desafio de preenchê-la. Essa profunda sensação de falta de tranquilidade, esse sentimento de ameaça, pensando na possibilidade de não conseguir produzir com qualidade ou de não agradar ao leitor, é um tipo de temor. Obviamente, não chega a ser um medo que me paralisa, que me impede de produzir, de ir adiante, de lutar por um sonho e, dessa forma, contribuir e levar uma parcela de pessoas à leitura e à reflexão.
O vocábulo "temor" deriva do latim timor, que significa “medo, receio”. Enquanto "medo" pode ser associado a pânico e susto, "temor" carrega um significado mais profundo de respeito, reverência e adoração. Temor a Deus, por exemplo, refere-se ao medo ou sentimento de respeito e submissão a uma divindade. Como diz o Salmo 34:4, "Busquei o Senhor, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores", e em Isaías 41:10, "Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com minha mão direita e vitoriosa."
No decorrer de nossas vidas, vivenciamos diversos medos. Fábio de Melo e Gabriel Chalita, em "Sobre Medos Contemporâneos", abordam medos como o de ficar sozinho, da morte, da decepção, do fracasso, da inveja, do envelhecimento, das paixões, da falta de afeto e de sentido na vida. Medos que, às vezes, nem sabemos que temos, pois os ignoramos.
Para não cairmos nas armadilhas da vida e nos medos que nos paralisam, é necessário não deixarmos nossos sonhos, metas e objetivos ocultos e esquecidos. Precisamos ir à luta com todo o nosso coração e alma cotidianamente, tendo todos os dias como oportunidades únicas, como se a vida fosse uma ressurreição diária.
Cultivar, aprimorar e aperfeiçoar as pequenas coragens no nosso dia a dia nos permite viver plenamente, considerando a vida como uma passagem e tendo a coragem com enormes esperanças de aguardar a “Terra Prometida”, desejando a Pasárgada de Manuel Bandeira, versos estruturados em torno de um sujeito que pretende encontrar um refúgio em Pasárgada, uma espécie de paraíso perdido, para escapar da sua realidade e encontrar a completa felicidade.
Há o medo que nos paralisa, que nos impede de alcançar nossos sonhos e objetivos, e há o medo racional, aquele que nos põe juízo. Pode ser complicado, mas nem sempre é ruim. É preciso termos esperanças e otimismo diante dos mais variados medos que nos assombram em nossa breve existência e nunca desistirmos de nossos sonhos.
Professora Clediane – Escritora do Blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
Me arrepiei e me emocionei com esse lindo texto. Gratidão.
Conteúdos que me inspiram a ler,me faz ter uma vontade de reler os livros que já li.