Optar pelo silêncio é renunciar à chance de resgatar o passado com pesar, sem a possibilidade de recuperar o que foi perdido.
No Paraná, assistimos à pioneira decisão de delegar a educação para terceiros, gerando uma profunda preocupação e incerteza sobre as verdadeiras intenções por trás dessa medida.
Com políticas neoliberais rígidas, o governo atingiu seus objetivos diante de uma população pacífica e complacente, que aceita tudo em nome de uma mensagem midiática bem elaborada. Externamente, o estado parece perfeito, com carros novos e ruas asfaltadas nas pequenas cidades.
A venda de parte da Copel e da Sanepar é uma redistribuição de recursos, dilapidando patrimônios construídos ao longo de décadas.
Colocar o controle nas mãos de empreendedores privados não garante melhorias e revela pura incompetência. Combater a corrupção e a ineficiência é necessário, mas transferir grande parte do dinheiro público para terceiros que inevitavelmente lucrarão é questionável.
Pais e funcionários observam, impotentes, a decisão já tomada e amplamente aceita pela maioria. A Assembleia Legislativa, submissa ao governo, provavelmente endossará a medida, perpetuando o neoliberalismo.
Recordar tempos em que o governo cuidava dos necessitados e a educação progredia parece um luxo do passado. Agora, restam-nos os carros novos e estradas asfaltadas, acreditando que a mão que acena é a mesma que nos agride.
Proponho transferir a administração das finanças públicas para empresas privadas com a participação ativa dos conselhos de cidadãos nas decisões. Repensar a estrutura do executivo e legislativo em todos os níveis pode ser necessário se não combatermos a desigualdade.
O governo tem promovido seu suposto melhor sistema educacional do Brasil, até considerando comercializá-lo. É crucial analisar se essa privatização trará melhorias significativas na educação. Nos Estados Unidos, a privatização educacional, sem abranger aspectos sociais e culturais, tem mostrado resultados insatisfatórios.
Devemos avaliar os impactos dessas práticas, considerando os custos dos serviços e a possível perda do patrimônio construído ao longo de décadas. Uma análise profissional e criteriosa é essencial para garantir o bem-estar da sociedade.
Como servidor público, entendo a importância de sermos cobrados por resultados superiores, uma vez que nossos salários são financiados pelos impostos dos contribuintes. Devemos retribuir com excelência, garantindo que os recursos públicos não sejam desperdiçados em interesses individuais.
Como educador, preocupo-me com a privatização da educação, que envolve muito mais do que as escolas, abrangendo questões culturais e sociais.
Não podemos nos calar diante do inaceitável, sob pena de lamentar no futuro sem possibilidade de reparação. É crucial refletir sobre o caminho que estamos trilhando e as consequências das nossas decisões.
É hora de agir, de levantar a voz contra a complacência e a aceitação cega. Somente assim poderemos garantir um futuro em que a educação e o bem-estar da sociedade sejam realmente priorizados.
Atenciosamente,
Paulo Roberto Savaris
Um educador preocupado com o futuro da educação
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