No sertão de um canto qualquer, onde a poeira dança com o vento, vivia Pedro Bagre, um sujeito que se achava o Mazzaropi das eleições. Com sua esperteza folgada, ele sempre procurava levar vantagem, não importava a situação.
Quando chegava o período eleitoral, Pedro escolhia a melhor roupa, passava graxa de galinha no cabelo e ia para a cidade curtir uma prosa nos comitês eleitorais. Lá, ele ficava de olho, observando onde poderia tirar o máximo proveito. E não é que ele se dava bem! Conseguiu de tudo: reforma do motor do fusca, cobertura da casa, emprego para os filhos... Era um sucesso!
Mas o destino pregou uma peça nele. Em uma das eleições mais acirradas, Pedro prometeu o voto de toda a comunidade para o candidato a vereador João Pé de Cabra, um sujeito famoso por bagunçar bailes, festas de comunidades e não cumprir promessas.
Pé de Cabra, confiante, entregou de tudo para garantir os votos: uma junta de bois, 5 porcos, 3 cabritos, 200 pares de sapatos, 2 pares de dentaduras (um para o Bagre e outro para sua esposa, dona Jundiá) e 200 metades de cem réis.
Quando as urnas foram abertas, Pé de Cabra obteve apenas 20 votos, sendo 2 na comunidade de Pedro Bagre. Revoltado, Pé de Cabra foi tirar satisfação com Pedro, mas ele já tinha "sumido do mapa". Os eleitores, com seus pés de sapatos e meias notas, mantiveram-se em silêncio, temendo as consequências de suas próprias malandragens.
Depois desse episódio, tanto João Pé de Cabra quanto Pedro Bagre nunca mais se envolveram em política. Eles aprenderam que, às vezes, as coisas não são como parecem. E ai de quem cruzar o caminho de Pedro Bagre e João Pé de Cabra novamente!
Moral da história? Política é um jogo complicado, e nem sempre a culpa está em quem compra. Mas essa história é para pensar!
Um Sonhador Caminhando com Francisco - Escritor do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
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