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Festas juninas tradição e espiritualidade

Atualizado: 27 de jun. de 2023

As festas juninas são verdadeiras joias culturais que garantem um encanto ainda maior aos olhos dos pais e avós quando vistas pelo inocente e encantador olhar infantil. Apesar de estarmos em tempos tecnológicos, a tradição das festas juninas ainda é uma das mais esperadas e prestigiadas, trazendo à tona uma doce nostalgia que envolve todos nós. Quem nunca teve o coração repleto de alegria ao lembrar da época em que criança, se entusiasmava com a decoração de bandeirinhas, trajes típicos, danças, fogueiras e a deliciosa comida.

Mas engana-se quem pensa que as festas juninas são apenas sinônimo de diversão e beleza. Para muitos, essa celebração é um momento de espiritualidade, de agradecimento à natureza fértil e ao imenso trabalho dos agricultores que garantem o sustento de tantas famílias. E além disso, é a oportunidade de recordar as histórias bíblicas de João Batista, de Paulo e Pedro Apóstolos e de Antônio de Pádua, que inspiram muitos fiéis ao redor do Brasil. De maneira criativa, as festas juninas nos fazem sentir uma conexão profunda com a nossa raiz cultural e religiosa, trazendo lembranças que mantêm viva a tradição brasileira.

Acredito que minhas lembranças mais dignificantes são aquelas que me transformaram em um líder. Lembro-me, em particular, da festa junina de 1976, realizada em um clube-bolão, onde participei das apresentações vestido a caráter. Durante o evento, um coleguinha veio até mim, trajado de gaúcho, e me desafiou, dizendo que eu não precisava vestir aquela roupa por não ser pobre. Essa experiência me marcou profundamente, pois me ensinou a diferenciar a realidade do personagem que nos caracteriza em momentos como esse. Afinal, quando participamos dessas celebrações, somos nós mesmos, mas vestindo o traje que simboliza uma tradição, que tem uma história e um significado que geralmente não pensamos em perceber.

Em nossa região Sul, o tradicionalismo Gaúcho é uma das principais vertentes de nossa história cultural, e as festas juninas são complementos encantadores. Já no Nordeste, uma terra que admiro muito, não só por suas belas representações de sua realidade histórica nas obras de Graciliano Ramos, Raquel de Queirós e outros escritores, mas também pela fé que é inspirada pela gratidão pelas coisas simples da vida, como a chuva, a colheita e a expressão sincera e amorosa de sua crença nas mais variadas manifestações religiosas.

Que alegria podermos celebrar sem preconceitos, valorizando as diferenças e reconhecendo a singularidade de cada um. Isso não é mera idealização romântica, mas fruto de lutas e dificuldades enfrentadas ao longo da nossa história. Enquanto no sul do país se lutou pela independência através de armas e ideais, no nordeste a rebelião foi contra a própria natureza, em busca da sobrevivência digna.

Não se trata de valorizar uma região em detrimento da outra, mas sim de compreender as particularidades que compõem a diversidade brasileira. Nossos feitos são grandiosos e frutos da dedicação de pessoas que respeitam e amam o próximo, entendendo que cada realidade exige uma interpretação baseada em fatos históricos e não em verdades distorcidas.

Que venham muitas décadas de festa junina e que nossa história seja sempre reverenciada. João Batista, Paulo e Pedro e Antonio de Pádua merecem viver na memória coletiva como símbolos da valorização das diferenças e da luta incansável por nossos ideais. Nesse caminhar sonhador ao lado de Francisco, carregamos o fogo sagrado da tradição e honramos nossas raízes com amor e paixão. Viva a festa do povo!

Um sonhador caminhando com Francisco


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