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🌿 Eternidade Começa no Silêncio 🌿


Há um instante raro, quase imperceptível, em que a alma suspira mais alto que o corpo. Um instante em que não é mais o aplauso, nem a conquista, nem a posse que preenchem — mas o silêncio de um olhar, a brisa mansa de um perdão, o afago de um abraço que não se explica, apenas se sente.

Somos moldados por um mundo que nos treina para o ter — para o concreto, o prático, o útil. Cronometramos afetos, empacotamos sonhos, vendemos horas da vida como se fossem infinitas. Mas há um ponto, uma dobra invisível no tempo, em que o coração desperta com sede do ser. E é nesse desvio de rota, quase sempre doloroso, que a essência se revela.

Não são mais as obras visíveis que nos definem. O ser começa a sussurrar mais alto que o ego. Passamos a desejar menos o palco e mais a sombra das árvores; menos troféus, mais paz. O brilho dos olhos se torna mais eloquente que qualquer discurso. A grandeza se mede pela capacidade de carregar menos e amar mais.

É então que compreendemos: não é sobre aparecer. É sobre pertencer — a algo maior, invisível, eterno. O Mestre Nazareno já nos ensinava que onde o coração está, ali também está o tesouro. E esse tesouro, amigo, não é ouro nem prestígio, mas leveza. Leveza de quem perdoa. Leveza de quem não guarda rancor. Leveza de quem aceita o próprio passo, ainda que lento, como sagrado.

Enquanto o mundo grita ofertas, é na oração muda que a alma floresce. Uma oração sem palavras, sem pedidos — apenas presença. O céu não se constrói com grandes feitos anotados em biografias, mas com pequenas sementes de amor plantadas no chão de cada dia.

A voz do Nazareno, inaudita aos ouvidos, ecoa clara na consciência: “Anda. Mesmo que zombem. Ama. Mesmo que não entendam. Semeia. Mesmo que os olhos não vejam flores.” Pois a caminhada é solitária, sim, mas nunca vazia. A prestação de contas é silenciosa — feita diante do espelho interior, onde Deus grava cada gesto numa eternidade sem fim.

E quando esse encontro acontecer — o verdadeiro, entre nós e nós mesmos — não será o fim, mas o início da eternidade.


Sopro final (cura reflexiva):

Respire fundo agora. Solte a pressa. Toque o seu peito com a mão e escute... Há um amor aí dentro, há um sentido maior que ainda pulsa. Você não está atrasado. Você está voltando para casa. Em paz.


Um Sonhador, Caminhando com Francisco: Paulo Roberto Savaris é autor de eBooks na Amazon e do Blog Caminhando com Francisco, dedicado à educação, à escrita inspirada na espiritualidade e nos valores de simplicidade e amor ao próximo. https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 
 
 

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