top of page

Esperança em Meio ao Caos: Uma Reflexão sobre Indignação e Coragem

Foto do escritor: caminhandocomfrancisco.com/ caminhandocomfrancisco.com/

Em tempos de vozes múltiplas e confusas, cabe indagar: vale menos a voz da ciência, da imprensa, do judiciário, da história, da política do que a dos influenciadores que aparecem e desaparecem como uma tendência passageira?

A crítica se aprofunda quando olhamos para o uso do dinheiro, destinado muitas vezes à sobrevivência mínima, esvaindo-se em jogatinas. Será esse o retrato da nossa prioridade?

O que dizer dos cientistas que, no silêncio dos laboratórios, dedicam anos de suas vidas a pesquisas minuciosas, cruzando dados para nos alertar sobre os rumos do planeta? E então, suas teses são desqualificadas por aqueles que preferem cuidar das “emas da vida”, empilhando fake news em suas bolhas.

Esses mesmos, que conseguem arrastar consigo um quarto dos eleitores da maior cidade do país, vão às urnas de olhos fechados, desprovidos de empatia. Mergulham na desilusão de uma nova ilusão, acreditando fazer parte de um espetáculo que apenas massageia o ego, mas nada constrói em prol do bem comum.

O que pensar dos políticos eleitos para zelar pelo bem comum, mas que, ao invés disso, mergulham no egoísmo e na lama da corrupção? Aqueles que dizem o que a plateia quer ouvir, mas agem como aves de rapina, buscando apenas seus próprios interesses.

E os eleitores descompromissados, que votam pensando apenas em seus próprios interesses, aceitando promessas vazias e favores que desaparecem logo após a eleição? Deixam-se levar por uma espera tola até o próximo pleito, enquanto seguem acreditando que a voz do líder religioso santifica um candidato e demoniza o outro.

Para alguns, o partido importa mais que a competência, e no final, é sempre mais fácil apontar o dedo e dizer que o problema é dos outros, nunca seu.

E aqueles que se posicionam como figuras messiânicas, que deveriam agir de forma imparcial e em prol da justiça se distanciam do verdadeiro propósito de suas funções. E, ao abandonar suas carreiras e ingressar na política como "salvadores", lançam dúvidas sobre suas reais intenções. Será que essa transição é movida por um genuíno desejo de mudança, ou estaria ela alimentada pela vaidade do poder?

A produção que destrói a natureza, sem melhorar a vida das pessoas, apenas engorda os mais ricos, perpetuando a desigualdade. Será este o modelo que queremos seguir?

E o uso da religião como ferramenta de manipulação, em nome de Jesus, será que este é o verdadeiro caminho da fé? Ou será que nos afastamos da essência espiritual, transformando-a em instrumento de controle?

As perguntas se acumulam, e com elas a necessidade de coragem para agir. O caminho para uma nova consciência não reside apenas na mudança dos líderes, mas também no despertar dos comandados.

Os extremismos, sejam de esquerda ou de direita, trazem consigo ódio e perpetuam a lei do mais forte. Quem grita mais alto se torna a referência, quando, na verdade, é quem pacifica e dialoga que deveria ser ouvido.

E por fim, perguntamos: ainda há esperança? Santo Agostinho nos ensina que Indignação e Coragem precisam caminhar juntas, mas será que estamos ouvindo esses ensinamentos?

Não podemos nos acomodar diante da polarização, da injustiça e da manipulação. A esperança, ainda que abalada, resiste. Mas ela só florescerá se for alimentada pela ação consciente e pelo desejo de um mundo mais justo e equilibrado.

Que a indignação nos mova, mas que a coragem nos guie rumo ao diálogo, ao respeito e à construção de um futuro melhor. A esperança ainda vive, mas precisa de todos nós para sobreviver.


Um Sonhador Caminhando com Francisco - Escritor do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 

 

 

Kommentare

Mit 0 von 5 Sternen bewertet.
Noch keine Ratings

Rating hinzufügen

Caminhando com Francisco

caminhandocomfrancisco.com

©2023 por Caminhando com Francisco. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page