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Dos carrinhos de brinquedo aos sonhos adultos no campo: uma incrível jornada através da infância


Nos anos 70, minha infância era repleta de aventuras ao volante, enquanto eu me imaginava como um destemido motorista. Meus pais eram donos de um pequeno comércio, onde aprendi os verdadeiros valores do trabalho duro e da responsabilidade. Cada carga de produtos que transportávamos eram cuidadosamente cultivados por várias famílias de agricultores, não era apenas uma forma de subsistência, mas também um reflexo dos valores e tradições que nutriam suas crenças. Aos domingos, o culto religioso ou a missa eram compromissos sagrados que sempre foram respeitados.

Lembro-me de todas as viagens em nossa caminhonete F-350 vermelha, sonhando em conhecer os jogadores do meu time favorito, o Colorado de Manga, Figueroa, Falcão... Claro, também havia o Grêmio, com Corbo, Anchieta, Tarcísio... As transmissões da rádio Guaíba, com o famoso Armindo Antônio Ransolin, enchiam minha alma de empolgação pelo futebol. E as manhãs eram preenchidas com a voz poderosa de Roberval Bastos na Educadora. Eu ouvia repetidas vezes a música "Tu" de Júlio César, e, perto do meio-dia, me deliciava ouvindo as cartinhas dos ouvintes lidas por Jota Agostinho no programa "Rodando com Música" na Rádio Princesa. Ah, como sinto falta disso! Pode parecer antiquado, mas as músicas tinham conteúdo em suas letras.

Minhas viagens de ida e volta nunca eram chatas, sempre carregávamos algo útil para os agricultores. Fardo de açúcar, saco de sal, ferramentas, sempre estava presente. Afinal, as contas seriam acertadas anualmente com a entrega da produção, na maioria das vezes, eles tinham crédito e uma ótima relação com meus pais. E se sobrasse dinheiro, entregavam ao meu pai sem cobrar juros.

Essa vivência me ensinou lições valiosas sobre o valor do trabalho, generosidade e confiança mútua. Quando olho para trás, agradeço por ter crescido em um tempo e lugar onde esses conceitos eram tão importantes. Eles moldaram minha visão de mundo e me mostraram a importância da responsabilidade e solidariedade. Sinto muita saudade daquela época, admito.

Não digo que a vida era fácil, de jeito nenhum! Mas definitivamente era mais leve em termos de amor e respeito. Os agricultores podiam ter mãos calejadas, mas o coração e o rosto carregavam uma força incrível para criar suas famílias, mesmo com recursos limitados e áreas agrícolas pequenas.

Nossos corajosos motoristas, por outro lado, enfrentavam estradas enlameadas em seus veículos robustos, o famoso FNM sendo o mais poderoso. Quantos dias esses homens passaram longe de suas casas! No livro "Quatro Gerações", Ivo Pegoraro descreve com maestria esses detalhes, retratando os personagens Toni e Roque, tanto o agricultor quanto o motorista. É justo aplaudir essas duas categorias que ajudaram e continuam ajudando nossa região a se tornar um celeiro de produção, mas, acima de tudo, moldaram pessoas que dedicam suas vidas à mãe terra, produzindo e transportando alimentos para saciar a fome e impulsionar a riqueza de nosso país.

Quanto a mim, a infância deixou para trás os sonhos de ser motorista, mas encontrei minha realização na busca por me tornar um pequeno agricultor, cultivando frutas, hortaliças, batatas, mandioca... Claro, sou apenas um aprendiz, mas um dia chegarei lá. A todos os motoristas e agricultores, agradeço. Suas sementes nunca serão abandonadas à beira do caminho, pois são férteis e ajudam o mundo a viver melhor.

Um Sonhador Caminhando com Francisco

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