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Dia da Consciência Negra: Libertando-se das correntes da desinformação

Foto do escritor: caminhandocomfrancisco.com/ caminhandocomfrancisco.com/

Atualizado: 23 de nov. de 2023


Um momento para contemplar e fazer uma profunda reflexão acerca da notável jornada dos negros em solo pátrio. Em nosso amado país, agraciado com sublime beleza divina e enaltecido pela grandiosidade da fauna e flora, é inegável que essas pessoas conferem uma riqueza inigualável à variada tapeçaria de nossa nação.

Porém, para muitos, essa presença foi acompanhada de preconceito, opressão física, moral e intelectual. Durante quase quatro séculos, rostos negros foram escondidos em locais insalubres, privados de liberdade e tratados como mercadorias por aqueles que afirmavam serem pessoas boas, mas que usavam essas vidas para suprimir sua própria dignidade.Infelizmente, vivemos em uma era em que expressar consciência requer um mergulho profundo e um chamado para compreender. Quando nos desafiamos a conhecer a história e refletir sobre algo desconfortável, é comum buscar conforto em ideias alinhadas às nossas crenças.

Poucos são capazes de entender o processo de pensamento, pois pensar exige uma postura em relação ao conhecimento que buscamos. Por isso, pensar, agir e transformar-se é uma prática para os poucos corajosos, visto que é mais fácil seguir o hábito e evitar confrontar o medo da rejeição.

Ao mergulharmos na questão racial e na escravidão em nosso país, é essencial voltarmos no tempo e compreender as estatísticas da época. No primeiro censo realizado em 1872, o Brasil tinha 9,9 milhão de habitantes, dos quais 1,5 milhão eram considerados escravizados. Essas pessoas estavam nas mãos de uma minoria, que as tratava como mercadorias e as explorava como mão de obra sem remuneração, exceto o mínimo necessário para sobreviver.

Acreditar que a abolição em 1888 foi a salvação dessas pessoas é fechar os olhos para a realidade. Imagine ser jogado ao abandono, sem posses, sem educação, e ter que se virar sem qualquer herança ou suporte.

Por isso, quando falamos sobre políticas afirmativas e a necessidade de criar um espaço igualitário para os negros, não é apenas uma questão de compensar os males do passado, mas sim de construir oportunidades que reduzam as desigualdades que impactam gravemente essa comunidade em nosso país, pois infelizmente muitos ainda carregam o desejo de escravizar as pessoas através da precarização do trabalho, da falta de acesso à educação, saúde e principalmente moradia.

Refletir neste dia demanda empatia. Não se trata de voltar atrás no tempo, mas sim de compreender que muitos agiram de forma desumana, amparados por leis e proclamando serem pessoas boas.

É comovente recordar as palavras do saudoso Papa João Paulo ao visitar um campo de concentração: "Onde estava Deus?". Deus não tem relação com isso, são as pessoas que, através de sua liberdade de escolha, agem dessa forma.Por isso, ser consciente significa conhecer a história, refletir e lutar para que tais atrocidades jamais se repitam.

Essas barbáries geralmente surgem da disseminação do ódio e da propaganda bem elaborada, que se direciona a pessoas que já possuem uma predisposição para acreditar nesse tipo de mensagem.

Ninguém se torna preconceituoso da noite para o dia, essa inclinação já existe internamente, muitas vezes escondida por muito tempo, e quando uma figura influente ergue essa bandeira, essas pessoas se libertam de seus "armários" preconceituosos e propagam algo que conhecem apenas superficialmente, mas que está profundamente enraizado em seu âmago, alimentado pela opressora tradição.

A verdadeira ação consciente, empática e humana é agir de acordo com a regra de ouro ensinada por Jesus: amar os outros como a nós mesmos. Somente assim estaremos verdadeiramente conscientes, empáticos e humanos.


Um Sonhador Caminhando com Francisco – Escritor do Blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 

 


 

 


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