A interpretação das leis é uma peça-chave na construção de uma sociedade democrática e respeitosa. Ao longo dos séculos, as democracias têm moldado e refinado suas legislações de forma inclusiva, corrigindo injustiças passadas e rejeitando privilégios para determinados grupos.
Desde tempos remotos, quando prevalecia a "lei de talião", até os dias atuais, encontrar o equilíbrio perfeito entre vontades individuais e interesse coletivo tem sido uma questão crucial. É uma tarefa não apenas de satisfação de desejos pessoais, mas de assegurar o bem-estar igualitário de todos os seres humanos.
Vamos imaginar a complexa situação enfrentada por Moisés durante o Êxodo com o Povo Hebreu. Provavelmente, já existiam algumas regras, mas muitos preferiam seguir seus próprios caminhos.
Cansado de mediar conflitos e ser testemunha de tantos desvios, Moisés recorreu a Deus em busca de orientação, dando origem aos célebres 10 mandamentos como uma instituição legislativa. Irônica coincidência, as tábuas com as inscrições caíram moro abaixo.
Sem dúvida, esses mandamentos são verdadeiras cápsulas de sabedoria que só trazem benefícios quando são seguidos. Aliás, muitas das principais religiões do mundo usam esses mandamentos como base para orientar seus seguidores.
Porém, e se Moisés tivesse trazido apenas uma frase: "Ame o próximo como a si mesmo"? Se compreendêssemos e praticássemos esse princípio, grande parte da legislação se tornaria desnecessária.
A humanidade avançaria a passos largos, guiada pela inteligência e sabedoria. Infelizmente, vivemos em tempos sombrios em que as leis têm ganhado cada vez mais espaço, deixando pouco espaço para a criatividade e a inteligência.
Muitas vezes, essas leis são construídas pela humanidade com interesses pessoais, atendendo somente a certos grupos específicos. Parece que nada é impossível para a audácia criativa de muitos legisladores.
No entanto, na outra extremidade do espectro, existem aqueles que interpretam e aplicam as leis. É bastante comum vermos atitudes que contradizem claramente o que está escrito, fruto de interpretações deturpadas que favorecem interesses pessoais.
Como cidadãos comuns, como podemos nos sentir seguros em um cenário em que a lei é interpretada de acordo com caprichos individuais? É essencial estarmos atentos, pois hoje pode ser Maria, amanhã pode ser João nas mãos desses auto-nomeados salvadores, agindo como se fossem enviados divinos para moldar o mundo de acordo com seus próprios desejos, mesmo que isso signifique ignorar a verdade.
Como mensageiros da razão, devemos ser mais críticos e cautelosos, em vez de simplesmente reproduzir mitos que se dissipam facilmente quando confrontados com a verdade e uma análise profunda dos interesses ocultos dessas elites corporativas que protegem suas próprias agendas.
Precisamos prestar mais atenção!
Um Sonhador Caminhando com Francisco - Escritor do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
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