Nos tempos lĂquidos em que vivemos, onde a vida passa veloz e as modas se desmancham ao toque da prĂłxima novidade, vender ilusĂ”es Ă© um negĂłcio em plena expansĂŁo.
A facilidade com que as "verdades instantĂąneas" circulam parece fascinante, mas com frequĂȘncia, a substĂąncia se dissolve, dando lugar a uma superficialidade que nada transforma, apenas agrada momentaneamente.
Em redes sociais e plataformas de influĂȘncia, quantos vendem uma imagem deslumbrante, cuidada, mas fictĂcia? A efemeridade se converte em valor e a superficialidade Ă© o padrĂŁo; afinal, entre verdade e ilusĂŁo, a ilusĂŁo veste a fantasia mais atrativa.
Mas, como resistir a este turbilhĂŁo? Como preservar a essĂȘncia em meio ao vazio que se disfarça de significado?
Se autĂȘntico, o caminho Ă© estreito. Optar por uma autenticidade sustentada na verdade Ă© para aqueles que nĂŁo tĂȘm medo de viver sem as mĂĄscaras populares, que nĂŁo desejam apenas a aprovação fugaz, mas sim construir algo duradouro.
Esta escolha pode afastar, criar resistĂȘncia, ou atĂ© mesmo parecer âdesinteressanteâ aos olhos de quem busca apenas o aplauso fĂĄcil.
Muitos confundem informação com conhecimento, e aparĂȘncia com realidade. A informação hoje, fantasiada de "verdade", transita sem filtros, mas o conhecimento verdadeiro, aquele que constrĂłi, permanece escondido, ofuscado pelo brilho falso da novidade.
Conhecimento Ă© mais do que palavras dispostas ao gosto do momento; ele Ă© experiĂȘncia, Ă© transformação.
No entanto, a realidade que realmente transforma costuma ser mais discreta, menos glamorosa, pois nĂŁo promete recompensas instantĂąneas, mas sim o trabalho constante de lapidar uma vida significativa.
Persistir na autenticidade Ă© um ato de resistĂȘncia. Se desejamos construir uma vida que nĂŁo seja apenas um reflexo de ilusĂ”es alheias, precisamos nos despir do desejo de impressionar e nos aprofundar no desejo de ser verdadeiros.
Afinal, a autenticidade, embora menos aplaudida, Ă© a Ășnica estrada para uma existĂȘncia que possa, de fato, resistir ao tempo e nĂŁo se dissolver ao sabor das ilusĂ”es passageiras.
đ Um Sonhador, Caminhando com Francisco
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