A felicidade, em grande parte das vezes, se encontra nas pequenas alegrias do cotidiano, como receber uma mensagem inesperada de alguém querido, ouvir sua música favorita ou receber a visita de alguém especial.
A felicidade tem origem no latim augurium, que significa augúrio e sorte. Nesse sentido, não dependeria do ser humano, entretanto de algo exterior a ele. Felicidade sugere a ideia de um bem, um fim elevado ao qual o homem pretende alcançar.
Buscar satisfação no presente, agradecer a Deus diariamente pelo milagre da vida e de cada manhã, valorizando as coisas simples, um livro (como em Felicidade clandestina de Clarice Lispector), o amor, a saúde, a humildade, a sinceridade, a família e os amigos, podem ser a chave para desbloquear e descobrir a verdadeira alegria, inclusive de viver.
Em Olhai os lírios do campo, para o escritor Érico Veríssimo, felicidade é se ter a certeza de que não estamos passando por essa vida inutilmente, já em Mentes brilhantes mentes treinadas, conforme Augusto Cury, felicidade é uma questão de treinamento; enquanto que de acordo com Mário Sérgio Cortella, felicidade não é algo em que você, ao desejar, ao atingir, senta, repousa, relaxa e pode se deleitar.
Nesse contexto entende-se que, ainda para o autor, felicidade é uma vibração intensa, uma sensação de vitalidade que nos atinge e dá um gosto imenso por estarmos vivos. Todavia a felicidade é episódica, uma ocorrência eventual, uma vez que a vida é cheia de momentos de turbulência.
Para exemplificar que a felicidade é algo subjetivo e próprio (único) de cada um, trago para reflexão, o fragmento de um texto da escritora e jornalista Rachel de Queiroz: “Outro dia, falando na vida do caboclo nordestino, eu disse aqui que ele não era infeliz. Ou não se sente infeliz, o que dá no mesmo. Mas é preciso compreender quanto varia o conceito de "felicidade" entre o homem urbano e essa variedade de brasileiro rural. Para o homem da cidade, ser feliz se traduz em "ter coisas": ter apartamento, rádio, geladeira, televisão, bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia e noite, e se gaba de feliz. O homem daqui, seu conceito de felicidade é muito mais subjetivo: ser feliz não é ter coisas; ser feliz é ser livre, não precisar de trabalhar. E, mormente, não trabalhar obrigado. Trabalhar à vontade do corpo, quando há necessidade inadiável...”
Nesse panorama, felicidade para cada pessoa, é algo próprio, individual, pessoal e intransferível, e, indubitavelmente, ela acompanha o ser humano ao longo de sua trajetória, fazendo parte de sua história e busca constante.
Professora Clediane - Escritora do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/
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