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É uma verdade universalmente reconhecida que a unanimidade é difícil de alcançar

Foto do escritor: caminhandocomfrancisco.com/ caminhandocomfrancisco.com/

Como seres em constante evolução, somos naturalmente propensos a gerar conflitos, seja através de palavras afiadas, silêncios estratégicos ou expressões não declaradas. Vivemos em um mundo onde a felicidade muitas vezes parece estar condicionada ao infortúnio alheio, o que torna a busca por consensos uma tarefa quase impossível.

Até mesmo Jesus de Nazaré, um ser divino e onisciente, não conseguiu atingir o sucesso completo ao disseminar suas inspirações sagradas. Afinal, o cristianismo, que é baseado em seus ensinamentos, alcança apenas cerca de 25% da população mundial. E dentre os seguidores, poucos são os que defendem genuinamente o legado e as ideologias de Jesus. Muitos simplesmente seguem convenções sociais e interesses pessoais que só a fé consegue explicar diante de tudo o que é desconhecido.

Analisando sua trajetória e ações, encontramos peculiaridades que desafiaram as convenções de sua época e que ainda são relevantes nos dias de hoje. Enquanto os judeus eram e continuam sendo conhecidos por seguir rigidamente a Lei, Jesus, também sendo judeu, poderia simplesmente ter aderido à Lei de Moisés, que era a máxima expressão do legalismo.

No entanto, ele não se opôs de forma direta à Lei, mas trouxe algo novo à mesa: uma Lei baseada no amor, na compaixão e no perdão. O resultado? Bem, todos sabemos o que aconteceu - sua própria família, incluindo seu primo João Batista, discordava desse novo conceito, assim como os zelotes da época, que almejavam impor o Reino de Deus pela força, ou os fariseus, que defendiam a aplicação estrita da Lei, mesmo que custasse vidas humanas.Pensemos agora nos desafios que esse homem extraordinário enfrentou. Quantas vezes ele foi considerado um tolo, um sonhador, alguém completamente fora da realidade, como as próprias escrituras retratam em certos momentos. No entanto, não há dúvidas de que Jesus foi diferente. Ele não construiu edifícios grandiosos ou monumentos impressionantes, mas deixou exemplos e ensinamentos que perduram até hoje, mesmo que isso tenha lhe custado a própria vida.

E como lidamos nós com a busca pela unanimidade? Quantas vezes somos obrigados a discordar de determinados pensamentos para mantermos nossa integridade e consciência, mesmo que sejamos incompreendidos? Quantas vezes nos pedem para tomar partido em problemas alheios, nos colocando como justiceiros e nos tentando a agir com interesses próprios e, talvez até mesmo, maldade, esperando que, se não podemos fazer mal ao nosso adversário, alguém o fará em nosso lugar para nosso prazer pessoal?

Na área da educação e da política, muitas vezes me vi confrontado com a necessidade de tomar partido entre o que é certo e o que é errado, onde com a clara intenção de uma das partes para que manchasse minhas mãos de sangue, sabendo que no futuro teria que limpá-las com grande dificuldade, já que a reconciliação entre as partes me tornaria o tolo dessa história.

Os fatos estão aí para nos mostrar como o ser humano age, mas nem tudo é o que parece. Por isso, um líder nunca deve agir por impulso, mas sim tomar decisões de forma justa, assim como Salomão agiu ao decidir sobre a disputa das duas mulheres pelo filho. Ele optou por conceder a criança àquela que preferia mantê-lo vivo com a outra mulher, em vez de dividi-lo ao meio. Essa sabedoria vem do amor, pois quem ama sempre sabe distinguir entre o certo e o errado.

Nesse processo, muitas vezes é necessário não agradar a todos, mas ter convicção e certeza de que sua atitude foi a melhor naquele momento. Ser unanimidade é praticamente impossível, mas ser justo é satisfatório para a consciência. Em casos como esses, o tempo sempre acaba revelando a verdade. Por isso, a paciência é a principal ferramenta dos justos.

E que satisfação ver a equidade triunfar! Afinal, qual noivo aguardou em vão no altar pela noiva que não compareceu? Como ele poderia casar-se com essa mesma mulher sem uma justificativa plausível para sua ausência? Essas circunstâncias podem revelar algo interessante - se o noivo não aceitasse se casar novamente, poderia parecer egoísta. Ou será que sua recusa seria um ato de amor próprio?

No entanto, ser uma exceção à regra não é algo a ser buscado. A diversidade de pensamentos, crenças e opiniões é o que nos faz humanos. Através dos desafios e das discussões, temos a chance de crescer e evoluir. É através da resolução de conflitos e da busca por entendimento mútuo que encontramos os verdadeiros avanços.Portanto, talvez não sejamos destinados a ser uma unanimidade, e isso está tudo bem. Podemos ser inteligentes o suficiente para abraçar as diferenças e aprender com elas. Afinal, é nessa diversidade que encontramos a verdadeira riqueza da experiência humana.


Um Sonhador Caminhando com Francisco - Escritor do blog https://www.caminhandocomfrancisco.com/

 



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